quinta-feira, 28 de junho de 2018

Minha experiência - Arte, Espiritualidade e Devachan






Antes de lhes contar sobre minha experiência com o plano mental, é necessário explicar-lhes oque é o plano mental (Manas-sânscrito), esse plano é uma dimensão acima do plano astral(Kamaloka-sânscrito), o plano astral é o purgatório, dos cristãos, o limbo dos espiritas, é para onde a consciência carregada de desejos, paixões, emoções, apegos, vai quando desencarna, permanece ali até saturar a energia desses sentimentos, um período de ilusão, sofrimento, ignorância, por esse motivo nossa missão e se desfazer dessas “qualidades” do corpo astral, para não produzir nosso calvário no post mortem, pois no plano astral tudo é aumentado, uma vez que continuaremos com nossos desejos mas no entanto não teremos nosso corpo físico para satisfaze-los
O plano Mental é oposto, é o lugar da bem aventurança, da colheita do altruísmo, da felicidade plena, só ha espaço para consciências evoluídas, iluminadas, então a porção de tempo que nossa consciência vai permanecer em cada estagio(plano astral e plano mental), vai depender de como agimos, pensamos, o amor impessoal, o altruísmo, a compaixão nos fornecem pouca vivencia ou nenhuma no plano astral, e em contrapartida teremos mais consciência no plano mental, se os desejos e paixões vis forem dominantes então nossa consciência ficara mais tempo em sofrimento no plano astral do que em bem aventurança no plano mental.


Plano Mental (Reino dos Deuses)

O Plano Mental é uma elevada região do universo, o mundo-céu das religiões, denominado Devachan, "o lugar dos deuses", ou Devastha e Svarga  pelos hundus: Sukhavati pelos budistas, Campos Eléseos pelos antigos gregos, Céu pelos zoroastrianos e cristãos, e também pelos muçulmanos menos materialistas. É geralmente tido como uma região de perene felicidade. Há, tradicionalmente, sete níveis de plano e vida celeste, e em sua II Epístola aos Coríntios dá o apóstolo Paulo testemunho do "terceiro" céu. Segundo o autor, não se trata de um deserto, habitado apenas por um pequeno grupo de almas eleitas que ali vivem uma vida contemplativa mas passiva, alheias a tudo e a todos. Bem ao contrário, é um mundo maravilhoso, esplendente de luz, denamismo e atividade,que sucede imediatamente ao Mundo Astral, mas onde não penetram, nem podem penetrar, o caos e a confusão dos mundos que lhe são inferiores, como o astral e o terreno.
A tradição religiosa da existência de Anjos e Arcanjos, no cristianismo, no judaísmo e no islamismo, ou no jainismo, no budismo e no hinduísmo, com a denominação de Devas e Mahadevas, é realmente muito antiga. Uma vasta literatura a respeito fala de inúmeras e variadas hostes angélicas, as quais, hierarquicamente, desempenham as funções mais diversificadas em benefício de todos os seres viventes.


Os Deuses

 Este termo é usado para denotar, não as imagens simbólicas às quais foi dado esse título pelos povos antigos, porém Ordens hierárquicas de Inteligências, totalmente diferentes do ser humano neste Sistema Solar, porém que já foram ou serão humanos. Os povos orientais, bem como numerosos membros de celtas e outras raças naturalmente psíquicas, estão familiarizados com a idéia da existência dos Deuses. No Oriente eles são denominados Devas, uma palavra sânscrita significando "seres brilhantes" e referente à sua aparência luminosa.Eles são considerados agentes onipresentes e super-físicos da Vontade Criadora e diretores de todas as forças, leis e processos naturais solares, interplanetários e planetários. Para estes seres é empregado o termo "Deuses". A nomenclatura "Deva", bem como o seu útil adjetivo Dévico, se aplica igualmente a Arcanjos, Anjos e espíritos da natureza. Certos tipos de Deuses, mais intimamente associados com o homem do que com a natureza, são designados como "anjos", sendo os quatro termos usados como sinônimos. Os três principais estágios do desenvolvimento dévico têm suas próprias denominações. Os Espíritos da Natureza, como os animais e pássaros, são impulsionados por uma alma grupai compartilhada com outros do mesmo gênero. Deuses, Sephiras, devas e anjos evoluíram da alma-grupo para separadas individualidades, tal qual o homem. Os Arcanjos, especialmente, transcenderam as limitações da individualidade, e penetraram na consciência cósmica ou universal, tal qual o Super-homem ou Adepto.(Geofrrey Hodson)


Post Mortem

O primeiro estágio após a morte é o kama-loka,  literalmente “local dos desejos”.  Mas não se trata de um local, e sim de um estado vibratório da alma. Uma transição. É no kama-loka que ocorre uma luta frontal entre hábitos e desejos instintivos e animais, de um lado, e hábitos e vontades espirituais, de outro lado.  A luta se desdobra durante um período de tempo que varia muito, durando desde algumas semanas até vários anos – até que ocorre a vitória do bem e a força divina se  liberta dos impulsos inferiores. A alma entra então em um outro estágio, chamado de “corrente gestatória”, em que se prepara para o seu “renascimento no reino celestial”, ou devachan. Quando o eu espiritual vence a luta contra os impulsos animais, os hábitos e impulsos inferiores, derrotados e destituídos de ligação com o núcleo de  espiritualidade, formam uma  “casca” ou carapaça que  ainda habitará os mundos inferiores por algum tempo,  como uma sombra sem direção própria, movida por seus desejos até  perder força e coesão. Então ela se paralisa gradualmente e finalmente se dissolve, por sua vez, assim como um dia o corpo físico havia se dissolvido. Resta apenas a alma imortal em “gestação”.
A natureza da luta depende das tendências engendradas pelo indivíduo em sua vida física. Se ele era materialista, muito grosseiro, muito sensual e a se tinha raramente alguma aspiração espiritual, então a atração para baixo das afinidades inferiores causa uma assimilação da consciência inferior com o quarto princípio. O homem então se torna um tipo de animal astral, e continua neste estado até que, no processo do tempo, a entidade astral seja desintegrada. As poucas aspirações espirituais que possa ter tido são transferidas para a mônada; mas a consciência separada sendo atraída para a alma animal, morre com ela e sua personalidade é assim aniquilada. Se um homem, por outro lado, é  medianamente espiritual, como o é a maioria dos homens, então a luta no Kama-loka varia de acordo com a natureza de suas afinidades; até que a consciência se encontre ligada aos níveis superiores e inteiramente separada do “cascão astral,” e esteja pronta a ir para o Devachan.
Depois de algum tempo, a alma emerge da corrente gestatória e renasce no devachan, “o local dos deuses”. Como o kama-loka, o devachan não é exatamente um local, e sim um estado de espírito. Ali predomina a energia divina, e a alma colhe os bons frutos das suas ações espirituais. Há numerosas exceções, mas em geral o devachan dura  alguma coisa entre mil e quatro mil anos para uma alma que tenha tido uma vida normalmente boa, como a maior parte da humanidade.

No seu primeiro nível, o rupa-loka, o devachan está animado pelas representações espirituais das formas externas. Rodeada dos que mais ama, a alma revive intensamente os acontecimentos mais agradáveis da sua vida passada, em seu aspecto espiritual e elevado. A alma é agora o centro do seu mundo. Não há sequer uma sombra de sofrimento. Já no segundo nível do devachan, arupa-loka, dissolvem-se as representações das formas externas. A alma mergulha em um estado de bem-aventurança ainda mais interior, subjetivo e elevado.
 A filosofia esotérica define o devachan como um longo sonho bom, um descanso merecido.  Mas, uma vez esgotada a necessidade de repouso no mundo celestial, a alma aproxima-se pouco a pouco de um estado em que a ignorância está presente. Fica exposta, então, às suas características cármicas, herdadas de vidas anteriores. E ingressa no processo que levará ao seu renascimento físico. Seus futuros pais e as circunstâncias em que nascerá são definidos por afinidade cármica, isto é, por sintonia vibratória. Gradualmente, a nova “pessoa” se reencontra com os skandhas, as tendências cármicas de suas vidas anteriores. Todo este material também é atraído para ela pela lei da afinidade, porque a presença da mesma alma imortal em um novo corpo funciona como um ímã para os padrões vibratórios postos em funcionamento em vidas anteriores. Naturalmente, depois da longa experiência do devachan, a alma estará livre para estabelecer padrões novos, melhores e mais sábios.
Esta é, resumidamente, a doutrina esotérica do devachan. Ela é importante porque mostra que já estamos preparando, a cada instante, consciente ou inconscientemente, os elementos que travarão a grande luta do kama-loka entre nossa alma espiritual, com seus impulsos nobres, e a alma animal da nossa vida atual, com seus hábitos inferiores. Agora mesmo, neste momento, há em nós uma casca externa e uma luz divina e imortal.  A luta do kama-loka – popularizado no Ocidente supersticioso como “purgatório” – é uma mera reprodução, no plano subjetivo, do que ocorre na vida física com cada um de nós. É durante a existência concreta que se criam as causas e se define quem vencerá a luta. Esta é a batalha que se trava constantemente entre luz e sombra na alma humana. É a guerra descrita pelo Bhagavad Gita  hindu entre as forças inferiores e o guerreiro do bem.  A vida é uma batalha na qual um dos objetivos principais do guerreiro é preparar-se para a morte, isto é, a passagem para o mundo de luz. Ao longo dos milênios, a alma fica muito mais tempo no plano subjetivo do que no plano objetivo, e vale a pena fazer um esforço definido para fortalecer as causas do bem e encontrar a paz celestial enquanto se tem os pés colocados no chão. Para isso, no entanto, é recomendável observar o dia-a-dia da convivência entre couraça emocional e alma imortal.



Minha experiência - Arte, Espiritualidade e Devachan


Irei contar minha experiência com suas duvidas pertinentes e aprendizado adquirido
A história é a seguinte, vi dois quadros a venda em um anuncio de internet (fotos abaixo), quadros teosóficos (Geoffrey Hodson) e surgiu uma complexidade de sensações,  uma afinidade, uma simbiose, e o interesse súbito de conhecer a pessoa que possuía ou tinha pintado os quadros, até pelo interesse em comum e por ser difícil de achar entusiastas da teosofia, ainda mais próximo da cidade da gente, então contatei, e fiquei sabendo após contato que, a pessoa que possuía os quadros havia falecido a mais ou menos 1 ano, e por isso seu marido estava pondo a venda, quando fiquei sabendo disso surgiu então um turbilhão de confusão em minha mente, parecia que havia uma mistura de consciências, algo que não era totalmente meu mas que eu assimilava como se fosse, essa era a sensação, então foi me relatado que a pessoa em questão, era um ser extremamente iluminado, uma terapeuta holística, a partir dessa informação eu tive a sensação de que soou como uma confirmação, como se minha consciência e a do desencarnado se unificassem, para confirmar que o processo de post mortem ao qual ela acreditava esta correto, ou ainda, que é a mesma concepção que eu tenho sobre o post mortem,  ou ainda, que o relato dessa experiencia precisava de alguma forma ser posto em movimento, ser dito as pessoas do seu circulo, para confirmar que é isso mesmo que acontece, oque me despertou a vontade, de fazer chegar toda essa sensação que eu tive, até o seu marido, e para explicar tudo isso a ele não seria simples, por isso a idéia de escrever aqui.






Os quadros são esses👆👆👆, coincidentemente é um estudo de Geoffrey Hodson, a partir de visão ampliada (um tipo de clarevidência superior), sobre o reino dos Devas, ou seja, o reino dos Deuses, dos Anjos, Arcanjos, da bem aventurança do Devachan, no processo de post mortem, as ilustrações originais foram feitas por Ethylwynne Quail (RA), um talentoso pintor e escultor sul-africano, através do relato de Geoffrey Hodson em elevação da consciencia até o plano mental.

Em seguida então surgiu a seguinte indagação na minha mente:
É possível que uma consciência mais iluminada, desencarnada, que após o período de kamaloka (breve), estando a consciência já em estado “devachanico”,  é possível que nós aqui encarnados, captamos, através da mediunidade superior, ou seja, não aquela relacionada ao corpo astral(emoções, desejos, etc..), mas sim aquela relacionada ao veiculo mental, captamos  através de um estado simpático de vibração(superior/mental/emoção pura/intuição/amor), uma impressão da consciência do desencarnado? Enfatizo que nesse caso não há vinculo afetivo, e nunca tinha visto tal pessoa desencarnada em questão, oque torna mais difícil qualquer forma de mediunidade, a questão esta mais para afinidade e simpatia entre duas consciências, ou seja, um conhecimento em comum originado no plano mental, que me fez captar impressão de uma consciência desencarnada, é possível isso?
Pesquisei , solicitei ajuda dos teosofos mais experientes, e encontrei a resposta nas cartas dos Mahatmas de numero 68 para A P Sinett:










Oque eu entendi então, é que a consciência do encarnado pode entrar na mesma frequencia, vibração do desencarnado em devachan, a principio eu descartei a hipotese da mediunidade através do veiculo astral, pois não possuía nenhum vinculo com a pessoa desencarnada e por isso não desejava e não estava no plano das emoções "inferiores", e depois disso, conhecendo a personalidade da pessoa desencarnada, e sabendo de sua "luz", eu meio que deduzi por intuição que a comunicação vinha do mental (devachan)
Esta carta dos Mestres, chamada "carta do Devachan", onde eles descrevem a tal da "mediunidade pura", que eleva sua consciência até o Devachan, elucida um pouco que as almas daqueles que deixaram não podem descer para aqueles que ficaram na terra - sensoriais puros podem começar a subir na consciência e entrar em contato com aqueles encontrados em Devachan - algumas comunicações espirituais subjetivas são reais - identidade "afinidade" de vibração molecular.
Conclui então que oque pode ter permitido tal contato foi a arte em comunhão ao estado de espirito, a arte aliada a espiritualidade é o elo entre a personalidade e a alma imortal, no plano mental, a arte está na personalidade e na alma, a conclusão que eu tirei disso é que a sensação que uma consciência possui com relação a sua arte no Devachan, pode ser sentida também por alguém ainda encarnado, a arte relacionada ainda ao desenvolvimento espiritual favorece ainda mais essa intuição sublime, a arte é a expressão da alma.

 “A arte é o caminho para o absoluto e para a essência da vida humana. O objetivo da arte não é a promoção unilateral do espírito, da alma e dos sentidos, mas sim a abertura de todas as capacidades humanas (pensamento, sentimento, vontade) para o ritmo da vida no mundo da natureza. Assim, a voz silenciosa será ouvida e o ego será harmonizado com ela.
Habilidade artística, portanto, não significa perfeição artística. Ela representa um meio contínuo ou um reflexo de algum passo no desenvolvimento psíquico, cuja perfeição não deve ser encontrada no aspecto e no formato, mas deve irradiar da alma humana.
A atividade artística não se encontra na própria arte. Ela penetra em um mundo mais profundo no qual todas as formas de arte (de coisas vividas internamente) fluem juntas, e onde a harmonia da alma e do cosmos no nada possui seu resultado na realidade.
O processo artístico, portanto, é a realidade, e a realidade é a verdade”.
por Bruce Lee - trecho do livro "O tao do Jeet June Do"








quarta-feira, 20 de junho de 2018

Chaves para os Ensinamentos Velados de Jesus




Em primeiro lugar temos que saber oque somos, de que somos constituídos, de inicio é bom estudar oque faz do homem um ser pensante, e qual caminho foi percorrido até chegarmos aqui, para vislumbrar oque ainda há para percorrer, observar que a mente (Manas=sânscrito),  é o atributo que corresponde a causa da manifestação do reino hominal, a mesma divide-se em duas partes, mente concreta, responsável pelo raciocínio logico, intelectual, agindo através das percepções, deduções, do cérebro, da memoria da personalidade passageira,  e também mente abstrata(Manas superior), que apresenta-se na forma de intuição, inspiração, é o mundo das idéias de Platão, vale lembrar que assim como jesus, platão também foi um iniciado nos mistérios egípcios e gregos, jesus porém, como a história conta, foi bem mais além, era também iniciado nos mistérios essênios, no entanto jesus tornou-se um adepto, pois concluiu todas as iniciações.
Depois de esboçar um pouco sobre Manas (mente concreta e mente abstrata), trato agora de escrever sobre o processo da evolução, de onde viemos, qual o proposito, para isso é necessário antes de qualquer outra informação, demonstrar oque a natureza e seus reinos pode nos dizer.
Antes disso é preciso fazer um pequeno enxerto para que o estudante possa ter uma visualização mais ampla.
Precisamos ter em mente a manifestação trina, ou seja, corpo (matéria), alma e espirito, saber distingui-las, e, uma compilação entre diversas tradições, deu origem a seguinte tabela:








Existem 7 estados de consciência, sendo eles o estado físico, eterico ( aurico ), emocional ( astral), mental concreto (mente inconsciente),a vontade (monadico), intuicional e mente abstrata ou consciência crística .
Sendo o homem trino em manifestação ele tem em sua constituição os seguintes corpos:
No físico se encontra o etérico que vivifica a matéria.
Em nossa alma encontra-se o astral e o mental concreto , o astral refere-se as emoções , desejos, instintos e sentimentos e o corpo mental concreto, o conjunto de raciocínio comparativo que fazemos .
No espírito está a intuição, a vontade e a mente abstrata.
Esses sete princípios são divididos em dois estados existente no homem, o quaternário inferior formado pelo físico ,etérico , emocional e mental concreto, responsável pela existência humana, e a tríade superior, formada pela intuição, vontade e mente abstrata que são características do divino(conforme tabela acima).
Esse conhecimento se faz necessário para que possamos através da jornada iniciatica, dominar as emoções, os desejos, que fazem ligação entre o estado físico e espiritual, transformando as formas grosseiras de pensamentos que vem do plano mental concreto, para formas mas sutis emanadas pela nossa essência crística (mental abstrato ), ligando o quartenario inferior a tríade superior.
Feito isso tornamos adeptos perfeitos , seres evoluídos e nesse momento somos templos vivos dá sabedoria iniciatica na terra .
No simbolismo da crucificação esta contido essa máxima, a crucificação de Jesus, significa dizer o processo que precisa ser enfrentado em algum momento, que é o ato de subjugar o quaternário inferior, para que a tríade superior se manifeste, a cruz de quatro partes simboliza o quaternário inferior, e o quaternário inferior por sua vez significa a alma, alma essa que precisa recolher experiencias através das encarnações, assim vai tendo a percepção de que para subir aos céus precisa se desvencilhar das amarras da matéria, então da-se a crucificação, a dor, o martírio, só depois disso a consciência encontra a divindade, é preciso se livrar das maculas do quaternário inferior, que são nossos pensamentos ignorantes, egoístas, ligados ao desejo, as emoções vis, tudo isso é ilusório, é Maya, a verdadeira realidade esta alem dos sentidos, físicos e das sensações e prazeres que eles fornecem.

Os reinos e nós:
É de conhecimento popular os reinos, mineral, vegetal, animal e hominal, também temos que ter o senso critico de que nos, homens, não somos o topo, seria muita pretensão a nossa, achar que Deus tivesse criado o homem superior, e enviado todos os reinos inferiores para nos satisfazer. Irei tratar da evolução da seguinte maneira, nós (humanos) já fomos mineral, vegetal, animal, nessa sequencia, e tudo isso constitui o ser humano, o conhecimento hindu, busdista, vedantino, espirita, teosófico, etc, trata dessa questão de forma igual, as escolas de mistérios também ensinavam assim, e um filosofo mediano, se meditar pode perceber somente observando a natureza,
O processo de evolução esta intimamente ligado as doutrinas de reencarnações e metempsicoses(Pitágoras e Platão), o reino animal evolui assim como o reino hominal, com uma diferença, o reino animal possui almas grupos, até que essas almas grupos se individualizem, e isso acontece quando o processo de encarnação e evolução concede a essa alma um aspecto chamado “Mente”, ou seja, a partir dai a alma grupal animal ira vivificar uma só personalidade, o homem, é a partir desse ponto que então que começa a funcionar o “livre arbítrio”, pois no insatante em que a consciência toma por abrigo o aspecto Manas, torna ativo também o corpo Causal(causa e feito), que está no aspecto superior de Manas, significa dizer que suas atitudes, seus pensamentos, suas emoções, tudo isso esta gerando karma, que vida a vida deve ser melhorado, até que Manas torna-se limpo para a manifestação da luz de Budhi, manifestação do cristo.





Verdades apresentam a mesma origem, porem as tradições e culturas acabam as diferenciando com relação a nomenclaturas utilizadas, mas citando um exemplo aqui, o Kama Loka que é uma localidade de Kama Rupa (4º principio da constituição setenária  na teosofia) é o mesmo que para os egípcios era chamado de Duat, para os gregos de Hades, para os cristãos purgatório, espiritas chamam de umbral, a verdade esta contida em tudo, resta-nos buscar a essência  e aparar as arestas, não nos atermos simplesmente a religião, que em muitos casos foi destorcida de sua idéia original.

Sabemos que o reino animal possui determinadas almas grupos dependendo da espécie animal, alma grupo essa que funciona como um balde cheio de água, onde o mesmo e despejado no plano de evolução, na forma de gotas separadas, gotas essas, que ao final do ciclo de vida, são recolhidas novamente ao balde com determinada essência e cor, no balde todas as gotas de diferentes essências e cores se unificam misturando-se e formando uma mistura homogênea de determinada cor. Vários animais juntos, em diferentes territórios animam uma alma só (alma grupo), o ciclo começa desde os mais selvagens e evolui até que se tornem mas domestico, dentro da mesma espécie, o processo é feito mais e mais vezes até que em um determinado momento a espécie tenha arranjado as condições necessárias para que ao invés de agir através do instinto, ou seja, através do corpo astral (Kama Rupa), que até esse passo era o cérebro “pensante” do animal, então essa alma grupo, por estar em um convívio direto com o reino humano (animais de estimação), acaba desenvolvendo uma substancia mental para animar o veiculo Manas, responsável pela mente, nesse passo dá-se a individualização (evolução)do animal em homem, pelo amor, pela compaixão, e vivencia intima com o ser humano. A alma grupo então após o termino desse ultimo ciclo no reino animal, após um contato mais intimo com o homem, ascende ao reino humano. Claro que há uma outra forma de individualização que é mais dolorosa, que é pela dor, pelo ódio, esse é o caso de alguns seres humanos totalmente instintivos, com muito pouca mentalidade, e o pouco que possuem utilizam em favor do seu corpo astral, com idéias cruéis, instintivas, para saciar seus desejos, responder com violência suas emoções.
O homem (Manas) é originário do animal (Kama-Rupa), mas já esta um passo muito a frente do mesmo, no entanto o animal domestico esta mais próximo do homem pois esta a um passo pequeno de desenvolver o corpo mental e utiliza-lo como veiculo de expressão, por esse fato o ditado popular “o cão é o melhor amigo do homem”, pois a amizade do homem normalmente dá-se ainda pelo vinculo afetivo, emocional, ou seja, pelo corpo astral(Kama Rupa), que é o que o homem foi e ainda possui em sua constituição, e que o animal ainda é, a correspondência entre os dois esta no duplo etérico (Linga Sharira) e Kama Rupa
Um exemplo fácil de observar é a diferença entre os seres humanos, emocionalmente e mentalmente falando, oque torna fácil de deduzir que depende do grau de evolução, temos casos de consciências que a pouco tempo sofreram individualização, onde deixaram de utilizar o kama rupa como veiculo de manifestação, e adquiriram recentemente a individualidade passando a animar o veiculo Manas, lembrando que kama rupa é o veiculo dos desejos, emoções, instintos, animal, e Manas é o veiculo da mente. Então oque sobressai em uma alma nova, recém chegada ao mundo do humano pensante? Um homem ainda muito animalizado! ou seja, agindo mais no corpo astral(Kama Rupa), especialmente na questão dos vicios, emoções, desejos, atua mais com o chacra plexo solar, o mesmo torna-se mais ativo, é como se a consciência tivesse esse chacra por veiculo de atuação na vida física, sua fonte de raciocínio esta enclausurado ali, e assim como os animais, seu campo de ação e atração é a partir desse foco, seus atos estão ligados aos vícios, ao instinto, a emoção, aos desejos, sua vida gira em torno disso, suas formas pensamentos criam elementais, que estão a todo instante cobrando mais e mais, são verdadeiras entidades ligadas ao corpo astral, que o instigam a buscar mecanismos através da mente para saciar o desejo do corpo astral, seu corpo astral é muito vulnerável, fica a mercê de diversas entidades, que como mencionei acima, após a morte, como não possuem mais o veiculo físico para lhe proporcionar o prazer,  buscam uma vez mais obter a sensação que é fornecida pelo corpo astral da pessoa ainda encarnada, há casos de verdadeiros selvagens, que é o caso da individualização pela brutalidade, pelo ódio. O ponto chave a ser trabalhado no atual momento da evolução humana é exatamente esse, sair desse ciclo vicioso, dessa ignorância que mossa mente e nossos desejos e emoções nos proporcionam, inclusive o corpo astral (Kama rupa), em conjunto com Manas(mente), vai dar o céu(Devachan) ou o “inferno”(Kama Loca) ao homem quando sobrevém a sua morte.

Os reinos também  se apresentam em número de sete: o primeiro é o Reino Mineral, que representa e comporta a consciência mineral; o segundo, o Reino Vegetal, com a consciência vegetal; o terceiro, o Reino Animal, consciência animal; o quarto, o Reino Humano, consciência humana; o quinto, o Reino Espiritual, consciência espiritual; o sexto, o Reino Angelical, consciência angelical (estes dois últimos reinos dizem respeito à Hierarquia); e o sétimo, o Reino Divino, consciência divina. Seguindo sempre a unidade da evolução espírito-matéria, pela qual se diz: “A alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no homem, ilumina-se nos mestres e cosmifica-se nos deuses.”
A rigôr, tudo isto diz respeito, na verdade, à Grande Evolução Humana e suas subdivisões evolutivas. Simbolicamente, os três primeiros reinos remetem à condição pré-humana nas sucessivas rondas de evolução, incluídos nela os hominídeos; e os três últimos, ainda vindouros, à futura situação pós-humana, pela qual os Mestres trabalham. Mas é na abrangência de todos os reinos que ocorre a Grande Evolução Humana, considerando, então, o desenvolvimento consciencial e iniciático, possibilitado pela vivência e experimentação dos diferentes planos da criação. Lembremos que, com a consecução da quinta iniciação, não estamos mais levando em conta a humanidade propriamente dita, mas adentramos, na verdade, no Reino Espiritual. Em processo similar, com a sexta iniciação, alcançamos o Reino Angelical e com a sétima, o Reino Divino. Pode-se dizer que a Grande Evolução Hominal passa por todas estas formas de consciência, desenvolvendo e agregando suas diferentes qualidades e atributos.









Jesus manifestou o Cristo, foi um ser que agiu com maestria em todas as suas encarnações, não as desperdiçando, oque permitiu uma manifestação da luz de Budhi, enquanto que a atual fase da evolução se localiza-se ainda no plano mental(Manas), Jesus, através de suas iniciações, conseguiu vislumbrar o plano budico, com toda sua luz, refletindo Deus no espirito
Como pode-se ver nas imagens, o universo é sétuplo, a constituição do homem é sétuplo, a evolução é setupla, essa é a regra divina, Jesus foi um ser que aproveitou muito bem suas vidas, no sentido de entender e realizar o proposito Divino, oque o tornou apto a manifestar o próximo passo da evolução humana, conformE a tabela acima, que é o plano “Búdico”, e todas as instruções aos apóstolos e fiéis que o rodeavam, eram no intuído de faze-los perceber essa realidade, no entanto essas verdades não podem ser expostas abertamente, por isso o mesmo falava por parábolas, a fim de que somente os neófitos compreendessem, ou seja, a alma precisa estar amadurecida para absorver tais conhecimentos e utiliza-los em favor da evolução universal de acordo com o plano do Grande Arquiteto do Universo, precisa estar imbuída de amor, altruísmo, compaixão, caso contrário, se o ego estiver imperando, e se não tivermos total clareza das leis, seria trágico, tanto para a consciência que utilizaria tais poderes em seu detrimento quanto para o projeto de Deus,
A vida e morte de Jesus deve ser vista como uma alegoria, uma parábola, deve ser interpretada interiormente, assim como os mitos egípcios, gregos, etc... para isso são necessárias algumas chaves para compreensão dos ensinamentos dos grandes mestres. Essas chaves esclarecem oque está verdadeiramente contido nas alegorias, nas parábolas. O nascimento, o batismo, a transfiguração, a morte, a ressurreição e a ascensão ao céu, que nada mais são do que processos de iniciações dá alma, a morte para o mundo terreno vivifica o espírito.
Quando o discípulo esta pronto o mestre aparece, e só nesse momento o mestre instrui o neófito, pois o conhecimento e a sabedoria devem ser merecidos, e entregues somente a quem realmente estiver pronto e de coração puro, caso contrário seria uma grande tragédia, em mãos profanas, a própria legislação de Atenas, onde existiam escolas de mistérios, punia as pessoas que falavam oque acontecia nos rituais de iniciações, na melhor das intenções, que era fazer com que o conhecimento das leis divinas não caíssem em mãos trevosas, que usariam tal conhecimento de forma egoísta em oposição ao plano de Divino. Aqueles que compreendiam o verdadeiro significado dos mitos, firmavam um pacto de silencio e se o transgredissem revelando a algum profano, eram punidos; o iniciado deve percorrer um longo caminho de provações, iniciações nos mistérios.



A iniciação nos Mistérios foi definida pelos antigos filósofos como a suprema aventura da vida e o maior bem que pode ser conferido à alma humana durante sua passagem pela terra. Platão, em Fedro, escreve sobre a suprema importância da aceitação nos Ritos sagrados: "Assim, em conseqüência desta iniciação divina, tornamo-nos espectadores de visões íntegras, simples, inabaláveis e bem­aventuradas numa luz pura, nós mesmos éramos puros, sem mácula e livres desta veste que nos envolve e que chamamos corpo, ao qual estamos agarrados como uma ostra à sua concha."
São Paulo também se refere à "experiência interior" pela qual chegamos a SABER. Ele diz: "Falamos da sabedoria entre os perfeitos, não da sabedoria deste mundo nem dos Arcontes (Governantes) deste mundo, mas da sabedoria divina num mistério, num segredo, que nenhum dos Arcontes deste mundo conhece." Uma iniciação é uma ampliação da consciência para apreciar realidades universais. Os cerimoniais místicos dos pagãos e dos primitivos cristãos nada mais eram que símbolos externos de processos internos. Por meio de obscuros ritos e cerimônias alegóricas, os preciosos arcanos (mistérios) da perfeição eram transmitidos de uma era para outra. Os profanos ficavam satisfeitos com a solenidade das formas e rituais externos, mas os Iniciados, aqueles que haviam recebido as chaves, aplicavam a sabedoria que estava trancada dentro das alegorias para aperfeiçoar suas faculdades espirituais internas.
Orígenes, o mais místico dos padres anti-Nicéia, no seu prefácio a São João, admite a natureza dupla de todas as revelações teológicas: "Para os de mentalidade literal (ou exotéricos) ensinamos o Evangelho da maneira histórica, a pregação de Jesus Cristo e Sua crucificação, mas para os entendidos, inflamados pelo amor à Sabedoria Divina (os esotéricos), comunicamos o Logos (a Palavra).

A perfeição não é dada: ela é conquistada. Os homens não se tornam sábios apenas assistindo a dramas sagrados... e sim, entendendo-os. O simbolismo é a linguagem das verdades divinas, uma escrita por meio da qual podem ser insinuadas coisas que, na realidade, não podem ser reveladas. "Pois os símbolos místicos são bem conhecidos para nós que pertencemos à Irmandade." (Plutarco). Pela iniciação é estabelecida a regra das obras. O homem divino e o divino no homem são trazidos à perfeição somente pelas obras. Os iniciados das antigas escolas eram "sábios Mestres Construtores" com visão para ver, coragem para fazer e sabedoria para manter silêncio. "O segredo e o silêncio são observados em todos os Mistérios", escreveu Tertuliano, criador da latinidade eclesiástica.
        Carl Jung: “Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão”,



Mateus 13
 “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”
“Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;”
“Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem.”
“Porque o coração deste povo está endurecido, e ouvirão de mal grado com seus ouvidos”.

sábado, 16 de junho de 2018

O Ego


São os condicionamentos que proporcionam ao ego o sentimento de inferioridade ou superioridade, o individuo que possui determinada condição ou posição, terá por superior ou inferior, somente oque pode ver a partir de sua condição, e realizar ou não oque acha correto ou incorreto de acordo com sua visão torna-se uma tarefa egóica, pois o ego mascára a informação que chega até ele, e a reação tende a ser sempre defensiva, pois o mesmo ego ludibria a consciência e esconde a ofensividade de sua reação.  A grande provação é ser impessoal, não individual, altruísta, e isso demanda desapego, desconstrução do “eu” . A condição que determinado individuo se encontra já foi estipulada pelo Karma, o que a consciência ainda não entende, é que não é pra defender essa condição ou posição da personalidade, muito pelo contrário, a condição foi dada pois tem alguma lição a ser aprendida, transmutada, e a consciência precisa ver de fora da personalidade para que isso aconteça, no entanto o ego amarra a consciência á personalidade. Enquanto houver a noção de individualidade, noção de sentir-se inferior ou superior aos outros, há condicionamento, o ego está no comando.

Adriano Moura

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Coragem Para Ir e Deixar Ir


Um filho (eu inferior) necessita de experiências (karma) para crescer e evoluir, adquirir maturidade e sabedoria (eu superior), e para atingir maturidade, precisa sair de baixo das asas chorosas e “paixonosas” da mãe (corpo de emoções/desejos) e do autoritarismo do pai (mente concreta).
A mãe então diz; filho não vá, irei sofrer com sua partida, você é meu!
O pai então diz; filho vá, eu te ensinei tudo, então não me decepcione!
Pai mãe e filho estão completamente perdidos e equivocados, o amor do ego ludibria-os, e isso faz com que o inicio seja dolorido para ambos, mas o tempo existe para transformar essa dor em compreensão, bem aventurança e sabedoria.
O filho então tem em suas mãos a chance de ver o mundo além da ilusão, além da fumaça dos sentidos e dos desejos, e saberá então sua verdadeira origem, tornar-se-á então, um ser conhecedor do verdadeiro propósito, reconhecendo, e praticando assim, o seu Dharma, trabalhando em uníssono com o Grande Arquiteto, através da lei que tudo rege, o Amor, o verdadeiro AMOR.

Adriano Moura

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Amar é a Lei


A mente (Manas) é a atividade(filho), gerada  pela vontade(pai) e sabedoria/intuição(mãe).
Um filho é naturalmente tratado com muito amor, zelo, compaixão, o tratamos dessa forma não porque há uma lei humana que assim exija, e sim porque essa é a nossa natureza, a natureza Divina, incognoscível na essência, mas sentida através da intuição.
O filho tem consciência de que ele nasceu com um atributo chamado Amor, mas ele não sabe oque faz com isso, não sabe de onde vem, não sabe corresponder, e na falta de compreensão mete os pés pelas mãos. Analogamente, essa parte inferior de Manas, a mente concreta, inexperiente, imbuída de caos, ilusão, incompreensão, e, seguindo a lógica natural, gera um filho também através da vontade, um filho chamado Karma, o karma é a atividade(filho), posta em ação pela vontade do pai(mente) e pelo sentimento e consentimento  da mãe (kama-Rupa/corpo astral ), pensamento e emoção são seus progenitores.
Assim como o ser humano, que a medida que cresce e evolui através das experiências, vai adquirindo conhecimento, sabedoria, discernimento, e vai tendo a percepção de que ao final da vida do homem, seus desejos e emoções diminuem, de forma análoga, também podemos deduzir que esse menino chamado Karma, vida após vida, um dia atingirá sua velhice, sua maturidade, sua sabedoria, então é chegada sua "morte", libertando assim a alma espiritual do seu santo sepulcro, atingindo Moksha, a liberação do ciclo de nascimento e morte. Essa alma então verá o mundo além da ilusão, além da fumaça dos sentidos e dos desejos,  e saberá então sua verdadeira origem, tornar-se-á então, um ser conhecedor do verdadeiro propósito, reconhecendo, e praticando assim, o seu Dharma, trabalhando em uníssono com o Grande Arquiteto, através da lei que tudo rege, o Amor.

O filho necessita de experiências para crescer e evoluir, e só consegue isso, quando sai de baixo das asas chorosas e “paixonosas” da mãe e do autoritarismo do pai, a mãe diz; filho não vá, sentirei saudade, o pai diz; filho não vá, você ainda não esta pronto, no inicio é dolorido para ambos, mas o tempo existe para transformar essa dor em bem aventurança e sabedoria, despertando assim, o verdeiro AMOR.


Adriano Moura

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Não Há Religião Superior a Verdade





Qual é o propósito de nossas vidas? É simplesmente comer, dormir, divertir-se, procriar, lutar e morrer? Se for assim, dificilmente é humano, porque todas as criaturas inferiores fazem o mesmo. Elas vivem despreocupadamente e agem de acordo com os desígnios da Natureza, e o fazem com inocência, graça e beleza. Os seres humanos, vivendo este tipo de vida fisicamente centrada e agindo conscientemente por motivos egoístas, dando manifestação organizada a sua crueldade e cobiça, poluem a Terra com o mal e introduzem um elemento de feiúra nas operações da Natureza. Diz-se que o mal existe somente no nível da mente humana, porque reconhecidamente é aí que o dano é feito, e o egoísmo praticado obstinadamente.
Infelizmente poucas pessoas ponderam sobre o propósito suas próprias vidas e da vida em geral. Muitos homens e mulheres vivem mecânica e irrefletidamente, simplesmente se adaptando aos propósitos e sistemas de seu ambiente, tornando o prazer físico e a satisfação egoísta o centro de suas atividades. As religiões e os livros sagrados têm tentado chamar a atenção para os propósitos mais profundos da vida, mas de uma maneira tão confusa que o seu impacto termina sendo muito vago. Os dogmas, as injunções e tradições em diversos assuntos irrelevantes à essência das questões da vida religiosa estão misturados com os conselhos sobre a vida superior. Neste caso, uma coisa é receber conselho em tais assuntos, e outra é investigar seriamente por si mesmo o sentido e o propósito da vida.
A qualidade da vida de uma pessoa muda quando o impulso para conhecer a verdade é sentido profundamente. Por milênios não houve mudança essencial na sociedade, porque geralmente as pessoas ouvem apenas mecanicamente os ensinamentos religiosos. As condições externas mudaram, mas não mudou o psiquismo da Humanidade, com suas cobiças, seus rancores, apegos e agressões. Pois para haver mudança, a vida dos sentidos e a busca por excitamentos mentais deve realmente morrer e ser substituída por um anseio de compreender e descobrir em primeira mão a verdade sobre a vida. O singelo poema de William Blake de Canções de Inocência desperta-nos para as perguntas pelas quais cada forma de vida nos confronta:

Cordeirinho, quem te fez?
Conheces quem te fez?
Quem te deu vida e mandou alimento,
Pelo córrego e pelo prado;
Quem te deu roupas de beleza.
Roupas muito suaves, claras e quentes;
Quem te deu esta voz terna
Que faz os vales todos exultarem?
Cordeirinho, quem te fez?
Conheces quem te fez?

Da mesma forma, referindo-se ao tigre feroz, Blake pergunta: "Aquele que fez o cordeiro, também te fez?" (Canções de Experiência).
Por incontáveis meios a Natureza exibe milagres a cada minuto. Cada criatura, grande ou pequena, é provida do que necessita, da lã para mantê-la quente, ou da habilidade para construir um ninho. E fácil desconsiderar as miríades de maravilhas do corpo e da mente, atribuindo tudo aos genes. Mas como os genes tornaram-se tão inteligentes? Há uma inteligência universal, um supremo amor trabalhando, moldando e movimentando todas as coisas em direção a um fim maior?
Visto que a mente humana é capaz de elaborar estas perguntas, devemos considerá-las seriamente ao respondê-las. Devemos ser compelidos interiormente a indagar por que idéias de justiça, beleza e verdade têm tido importância na cultura e consciência humanas, mesmo que não tenham nada a ver com a luta pela sobrevivência, que édito caracterizar o processo de evolução. Em todas as épocas, homens e mulheres sofreram torturas por dedicarem suas vidas à verdade. Por que estes poucos destemidos em sua lealdade à verdade, os que trilharam a senda da honradez ou trouxeram informações de uma beleza transcendental a este mundo são respeitados acima do resto da Humanidade, mesmo por aqueles que egoisticamente buscam seus próprios fins? Certamente porque apesar das pressões às quais foram submetidos, as pessoas compreendem, pelas vidas das almas puras e nobres, que a verdade tem um poder transformador. Disse Jesus, em João 8:32 "Vocês conhecerão a verdade, e a verdade os libertará..."
Satyan nasti paro dharmah "Não há religião superior à verdade" era o antigo lema da família de Kasi, ou Varanasi, também escolhida por seus fundadores como lema da Sociedade Teosófica. Isto sugere que o genuíno progresso está relacionado com a busca da verdade. A busca de objetivos menores, principalmente de riqueza e prazer, Artha e Kama, embora compreensíveis e aceitáveis, quando dentro de limites razoáveis, com uma noção de responsabilidade social ou Dharma — resultam na degeneração do mundo, que é o que estamos testemunhando. Somente pela descoberta do mais profundo significado da vida e do propósito cósmico subjacente no mundo manifestado, pode a natureza humana elevar-se a sua destinada dignidade.
O que é a verdade? A maioria das pessoas acredita que a verdade é tão abstrata e remota que não pode ser uma preocupação séria para a média das pessoas. Sob este ponto de vista, o assunto é melhor tratado por filósofos e especialistas. Como escreveu Francis Bacon: "O que é a verdade? disse ao imitar Pilatos, e não esperando uma resposta." (Ensaio Sobre a Verdade) Isto éo que as pessoas gostam de fazer - afastar-se do debate. Mesmo assim, aprender a contestar é de importância suprema para a Humanidade, e está intimamente ligado ao fato de tratar com sabedoria os problemas e as obrigações diárias. A clássica metáfora da cobra e da corda ensina que o pensamento e a ação mudam completamente de acordo com o que a pessoa vê. Aceitamos como verdadeiro o que conhecemos e vemos, mas não inquirimos se realmente vemos e conhecemos o que existe. Mesmo a forma material, a estrutura e a substância dos objetos que nos cercam, não é o que pensamos que seja, porque nossos sentidos têm grandes limitações. Ainda assim, rapidamente fazemos julgamentos e pensamos conhecer a verdade das coisas. A enfermidade da certeza domina nossas mentes, e logo se torna dogmatismo, fanatismo e intolerância.
O dogmatismo e autoritarismo das igrejas começa a desintegrar-se com o desenvolvimento da ciência, cujo objetivo é a verdade. O desenvolvimento científico depende da não submissão a uma autoridade final - Newton, Einstein ou outro - e o não se aferrar dogmaticamente a qualquer ponto de vista. O trabalho científico é baseado em observação imparcial, repetidos testes e experimentos, pensamento objetivo (impessoal) e vontade de revisar cada teoria à luz de fatos e observações novas. Esta atitude é imprescindível para o progresso — não apenas no campo material, mas para a investigação da verdade em qualquer nível.
Infelizmente, a comunidade científica tem se mostrado cautelosa em explorar de maneira científica qualquer coisa fora de sua própria área de investigação. A existência de campos não-materiais, forças e fenômenos é um fato, mas os cientistas preferem imitar Pilatos, recusando-se a examiná-los imparcialmente, por medo de que sua visão materialista possa ser perturbada. Essa abjuração na busca pela verdade, a contestação dogmática ou fanática das dimensões da existência que os cientistas não conhecem e não querem conhecer, resultou na cura da enfermidade (pelo menos em alguma extensão), mas matando o paciente - sendo a enfermidade o dogmatismo das igrejas; e o paciente, o espírito e o impulso religioso.
A educação científica tem desprezado os mais profundos e sutis aspectos da existência, desconsiderando a vida, seus valores, propósitos e sentido e favorecendo os bens do progresso —isto é, o sucesso, o dinheiro e os prazeres. O deplorável mundo materialista e consumista atual, voltado para os prazeres, é o produto bastardo da crença de que nada existe além do que é quantificável e conhecido pela metodologia científica. A negação de sentido, propósito e valores próprios gerou atitudes de insensibilidade e crueldade improcedentes para seres humanos e milhões de animais. Graves perigos ecológicos ameaçam a Terra e seus habitantes porque o hedonismo é agora quase universalmente a filosofia preferida. O hedonismo sempre existiu. Contudo, sendo enorme a capacidade produtiva do mundo moderno, o apelo aos prazeres e às possessões é intensificado, e resistir às tentações do mercado e dos centros de diversões é muito difícil para a maioria das pessoas. A competição e o estresse envolvidos na busca destes prazeres e estilo de vida autocentrado estão constantemente explodindo em atos de frustração e violência. A ciência abriu uma caixa de Pandora, e o assim chamado "progresso" está rasgando em pedacinhos o que resta da vida civilizada.
Charles Birch, ganhador do prestigioso Prêmio Templeton, conferido a cientistas que promovem a compreensão religiosa, diz em seu livro On Purpose (New South Walles University Press, 1990). "O conceito de ‘homem econômico’ trata dos seres humanos como objetos, não como sujeitos. É uma visão materialista do ser humano. Seu valor é seu valor para o Produto Nacional Bruto. Seu valor é seu serviço. Se este serviço puder ser feito por uma máquina, seu valor desaparece". Casualmente Birch também cita o filósofo Whitehead que diz: "Os cientistas, animados pelo propósito de provar que eles não têm propósitos, constituem um interessante assunto para estudo’ A falta de piedade e de preocupação com os seres humanos inevitavelmente se amplia em formas mais cruéis para outros seres vivos, sendo todos tratados como objetos que não possuem propósito intrínseco, não tendo direito à vida e a ser feliz. O ponto de vista moderno reduziu a dignidade de toda vida, e por promover o consumismo e a luxúria exacerbou os grandes problemas da guerra, do desperdício, da destruição do meio ambiente, da crueldade e da ganância.
Felizmente, há uma minoria de cientistas e pensadores não-convencionais que apóiam o que é chamado de ponto de vista pós-moderno — que encoraja um senso de responsabilidade e respeito pela vida — a investigação do sentido e do propósito nas manifestações da Natureza. O físico Paul Davies afirma: "O pequeno e o grande, o local e o global, o atômico e o cósmico sustentam-se mutuamente e são aspectos inseparáveis da realidade. Não se pode ter um sem o outro. A simples idéia reducionista antiga, de um Universo que simplesmente é a soma de suas partes, está completamente descartada pela ffsica atual Há uma unidade no Universo que vai muito além de uma simples expressa o de uniformidade’: (Citado por Birch em On Purpose, p. 69).
A Unidade da vida, a verdade da Totalidade é o ensinamento essencial, o cerne de todas as religiões. O Chhandogya Upanishad (111 14.1) declara: "Tudo isto (o mundo manifestado) é o Ser Eterno; do Qual tudo isto se origina, no Qual tudo desaparece e pelo Qual tudo é mantido". Sri Krishna, que no Bhagavad Gita não é um deus hindu, mas a Vida Universal, declara: "Eu sou a vida de todos os seres" Esta imanência e onipresença da divina energia Única em todo Universo é um tema que pode ser observado em todas as digressões de cada tradição religiosa. Elas todas ensinam que o puro Amor, que não pede retribuição, não favorece ninguém, é a verdade viva da unidade, citando São Paulo (Romanos 13:10): "O amor é o cumprimento da Lei".
Mas como dissemos anteriormente, ouvir palavras que expressam a verdade não é o mesmo que compreender esta verdade. As palavras são apenas mapas, e como mapas não podem trazer a experiência do território, as palavras não podem tornar-se um substituto para o conhecimento direto que é a verdade. Infelizmente a substituição continua sempre; assim as palavras fascinam a mente de tal maneira que ela cai na ilusão de que conhece o fato ou a verdade. Krishnamurti falou muitas vezes sobre a palavra não ser a coisa: a palavra "árvore" não é a árvore. Em A Primeira e Ultima Liberdade, ele disse sobre a Verdade e a Mentira: "Quando você ouve as palavras ‘Ama o próximo’, isto é uma verdade para você? Isto é verdade somente quando você ama seu próximo; e este amor não pode ser repetido, somente a palavra pode ser repetida. Ainda assim, muitos de nós ficamos felizes com a repetição de ‘ama teu próximo’ ou de ‘não cobiçar’. Portanto, a verdade de outro ou uma experiência real que voce tenha tido, não se tornam uma realidade apenas pela repetição. Pelo contrário, a repetição impede a realidade". Isto implica que a verdade não pode ser passada de um para outro. Nenhum guru pode agir como um procurador. Assim como um medicamento não pode ser tomado por um substituto, mesmo por um pai dedicado quando um filho cai doente, é insensatez acreditar que a sabedoria do guru nos curará da cegueira espiritual. Não há alternativa para a experiência direta da verdade por cada pessoa. A menos que seja conhecida intimamente, não é a verdade —mas somente uma sombra enganadora.
A verdade é o bem-estar oculto dentro do coração de cada ser. E o divino elemento invisível que ilumina nossa consciência, quando ela está na circunstância correta, com a luz da beleza, significado e reverência. O caminho para isto é obstruído por uma massa de detritos em forma de paixões, preconceitos e a insistente auto-imagem. O Viveka-Chudaman, de Sankaracharya, (verso 67), diz que um tesouro oculto não pode ser desvendado ao dizermos: "Aparece". Conhecemos sua localização por fontes confiáveis e depois assumimos o trabalho de cavar, removendo terra e pedras. Da mesma maneira, a verdade é descoberta depurando a consciência de todas as obstruções à percepção. Contudo, as religiões estabelecidas raramente encorajam esta purificação, que envolve questionamento e ponderação, e preferem estimular seus seguidores a crer cegamente no que é oficialmente declarado como verdade. Isto confere ao clero, às autoridades eclesiásticas o máximo poder sobre a mente do povo. Seu rebanho sente que não pode conhecer a verdade sem intermediários, que deve confiar nestes mediadores para a futura passagem segura em outros mundos. Como a investigação e o pensamento independente na busca pela verdade é um perigo para a estrutura do poder eclesiástico, as religiões organizadas pedem e muitas vezes reforçam a dependência, a obediência e o conformismo.
Assim, a religião e a ciência interrompem inesperadamente sua dedicação à verdade. Elas falham em seu papel declarado de promover a busca pela verdade porque isto poderia alijar tudo que se refere ao auto-interesse. Madame Blavatsky comparou as duas a dragões dos tempos antigos "um devorando o intelecto; o outro, as almas dos homens". Mais adiante ela diz "mesmo assim, elas podem reconciliar-se com a condição de que ambas devam limpar suas casas, uma das antigas escórias humanas, e a outra das excrescências terríveis do materialismo moderno".
Retornemos agora à errônea concepção de que a verdade é remota ou abstrata. É somente em nossa imaginação que isto ocorre. Para chegarmos à verdade, precisamos apenas começar de onde estamos e não imaginar que, como um astronauta, podemos chegar em alguma região estelar onde ela está entronizada. No começo, a sabedoria pode estar numa investigação das verdades que nos cercam, por exemplo, a verdade dos relacionamentos, que é um dos problemas mais sérios da sociedade humana. Devido a nossa inabilidade de compreender os relacionamentos, vivemos com guerras terríveis, crueldades, superstições, desigualdades, injustiças, pobreza e exploração. No nível pessoal há desentendimentos, medos, solidão e outras tristezas. Modificar por partes as condições externas, ou por revoluções econômicas e políticas, novas teorias, etc., nunca resultou em nada que não fosse mudança superficial e temporária. Onde está a solução? Como podemos aprender qual é o relacionamento certo, aquele que espontaneamente traz ordem à sociedade, bem como a liberdade necessária aos indivíduos para crescer moral e espiritualmente, e não somente mental e intelectualmente - um relacionamento de cooperação, amizade e confiança mútua?
Para descobrir a verdade sobre a religião ou qualquer assunto, devem ser descartados preconceitos e preferências pessoais. Esta é a abordagem científica, que é tão valiosa nesta área como o é ao investigar fatos e fenômenos materiais. Somos condicionados a ver tudo sob um ponto de vista pessoal, "meu" país, "minha" raça, "minha" religião ou "minha" classe social. A Humanidade foi descrita como um enorme corpo cujos membros guerreiam entre si. Involuntariamente nos situamos como parte de uma raça, de um país, de uma classe ou sexo; na maioria das vezes, até mesmo a religião é herdada, e não é escolhida com inteligência. Portanto, de geração em geração, preconceitos baseados em rótulos como hindu, cristão, muçulmano, alto, baixo, etc., levam a conflitos e a outras graves calamidades. Somente uma mente investigadora pode livrar-se destas limitações da mente pessoal e perceber que o progresso humano é essencialmente um crescimento da compreensão dos valores que harmonizam e unificam. Ser verdadeiramente religioso significa aprender a ser uno com todas as coisas vivas, e a incorporar valores como bondade e compaixão, simplicidade e desapego, ausência de orgulho e vaidade. O profeta Maomé ensinou que "a benevolência e a cortesia são atos de piedade" (Sayings of Muhammad, Dr. Suhrwardy, 1905, p. 4). Quando crenças, rituais e práticas que separam as pessoas não são identificadas com a religião e são deixadas de lado, a paz se torna uma realidade maior.
A investigação objetiva da natureza dos relacionamentos também nos faz compreender que a mente tem uma forte tendência a fugir de responsabilidades. A maioria de nós denuncia imediatamente os erros do outro quando um relacionamento se deteriora. Gostamos de fingir que a causa da desarmonia está fora de nós, na maneira como o outro se comporta, ou nas circunstâncias externas. Um exemplo nos dado de uma pessoa que caminhava sob um sol calcinante numa colina rochosa, tentando a cada passo cobrir as pedras para evitar o calor abrasador, até que alguém lhe disse que seria mais fácil proteger seus próprios pés. Observação imparcial significa olhar para si mesmo honestamente para observar como opera a mente — seu orgulho, seu amor por bens e poder, sua insensibilidade — que são como cancros que envenenam os relacionamentos. A harmonia surge quando a mente se liberta destas desordens internas. O mundo inteiro mudaria se as pessoas compreendessem a importância de descobrir a verdade sobre si.
Na Natureza há uma maravilhosa diversidade de formas, funções e características. Esta diversidade é enriquecedora. Seria agradável vermos apenas um tipo de árvore sobre a Terra, ou apenas uma espécie de pássaro ou animal? Ainda assim reagimos como se as diferenças no cuidado, caráter e na aparência de outras pessoas significassem uma ofensa, e em nossas próprias mentes estamos esperando conformismo aos padrões estabelecidos. A falta de sensibilidade e abertura para o que existe, as resistências que construímos, afastam-nos da beleza e do mistério da vida, que foi experienciado não somente por místicos, poetas e artistas em seus momentos de percepção intensificada, mas também por cientistas, quando seu único objetivo era encontrar a verdade. Heisenberg escreveu uma carta: "O terreno total dos inter-relacionamentos na teoria atômica está súbita e claramente exposto ante meus olhos ... surge. Nem mesmo Platão poderia acreditar que fosse tão belo. Porque estes inter-relacionamentos não podem ser inventados; eles estão af desde a cria ção". (Citado por S. Chandrasekhar em Truth and Beauty, Penguin, 1991, p.22). Numa ocasião Heisenberg sorrindo, disse a sua esposa: "Fiquei muito feliz por observar sobre o ombro do bom Deus enquanto ele trabalhava".
Todo o Universo é ordem e alegria, significado e propósito. Talvez não saibamos que coisas divinas e maravilhosas perdemos por nos fecharmos em nós mesmos, em nossas próprias opiniões, preferências e aversões, em vez de mantermos aberta a mente para a verdade que aguarda revelar-se em todo lugar, tanto na minúscula partícula como no Todo. Finalizo com as linhas de Edmund Holmes (do The Oxford Book of English Mystical Verse):
"Respiro o alento da manhã. Estou unido à Alma-Mundo.
Não vivo mais minha vida, mas a vida do Todo existente".

Nota:
Palestra proferida por Radha Bumier, em 1º de agosto de 1998, no Habitat Centre, Nova Delhi, como parte de uma série de palestras sobre Credos para um Novo Milênio, organizada pela Fundação para a Responsabilidade Universal, do Dalai Lama. Extraído da revista The Theosophist, setembro 1998.Tradução de Izar G. Tauceda (Loja Jehoshua, Porto Alegre - RS).
Sobre a Autora: Presidenta Internacional da Sociedade Teosófica

Fonte: Revista Theosophia - Janeiro/Março de 1999

terça-feira, 5 de junho de 2018

Platão X Aristóteles



Platonismo é baseado em um raciocínio a priori; aristotelismo em cima de um raciocínio a posteriori.

O filósofo do século XIII Tomás de Aquino, na Summa Theologica, escreveu: "A demonstração pode ser feita de duas maneiras: uma é através da causa, é chamada de "a priori", é argumentar apenas sobre o que está antes. A outra maneira é através do efeito, e é chamada de demonstração "a posteriori"; é argumentar a partir do que é anterior relativamente apenas a nós. Quando um efeito é mais conhecido para nós do que sua causa, a partir do efeito passamos ao conhecimento da causa. Assim todos os efeitos da existência e sua causa podem ser demonstrados, desde que os seus efeitos são mais conhecidos para nós, porque uma vez que cada efeito depende de sua causa, se o efeito existe, a causa deve pré-existir".[6]


Na primeira navegação, o filósofo permanece ainda prisioneiro dos sentidos e do sensível, que é caso de Aristoteles, apontando para o chão, terra, matéria, enquanto, na segunda navegação, Platão tenta a libertação radical dos sentidos e do sensível e um deslocamento decidido para o plano do raciocínio puro e daquilo que é captável pelo intelecto e pela mente na pureza de sua atividade específica, platão foi um grande iniciado nos mistérios egípcios.

O sensível e o físico não são considerados causa verdadeira. Sensível é meio e instrumento mediante o qual a “causa verdadeira” se realiza.


Tanto Platão quanto Aristóteles foram de suma importância para a estrutura do pensamento, no entanto algo que talvez Aristóteles não ponderou foi que; a luz sobre nosso corpo físico tridimensional produz a nossa sombra bidimensional, em outras palavras, o corpo é a causa, a sombra o efeito, a luz os torna perceptíveis, e dedutíveis. Segundo a lei de correspondência e analogia fica óbvio que nós (terceira dimensão) somos o efeito, a sombra, de uma outra dimensão maior (quarta dimensão), e assim sucessivamente, a grande questão é: a luz natural nos faz perceber essa analogia, no entanto as dimensões superiores são iluminadas pela consciência mais sublime, a luz superior, o grande exercício deve ser com o intuito de apagar a luz dos sentidos, e meditar no sentido de ascender a luz do espirito, aí então teremos um vislumbre da causa maior, o ser real, a causa, que produz o ser ilusório, que é a sombra, o homem,  o efeito.