segunda-feira, 6 de agosto de 2018

A Verdade é Uma Terra sem Caminhos


A verdade é uma terra sem caminhos, se você encontrar dentro do seu coração, do seu entendimento, um ponto de apoio, que lhe de segurança e não de margem para duvidas, e que você consiga com isso transparecer a compaixão, o amor, o perdão, a impessoalidade e o altruísmo, então encontrou a sua verdade. Mas tome cuidado com as ilusões de maya, discernimento é essencial para trilhar os caminhos da espiritualidade.

Todos somos buscadores, e temos que ter em mente a comunhão, a fraternidade. A filosofia esotérica concilia todas as religiões, despe-as de suas vestimentas humanas exteriores e demonstra a raiz comum de todas elas, o propósito não é julgar ou separar, mas sim, religar, que é o verdadeiro significado da palavra religião.

"Não digais: ‘encontrei a verdade.‘ Dizei de preferência ‘Encontrei uma verdade.‘
Não digais: ‘Encontrei o caminho da alma.‘ Dizei de preferência: ‘Encontrei a alma andando em meu caminho.‘
Porque a alma anda por todos os caminhos.
A alma não marcha em linha reta nem cresce como um junco.
A alma desabrocha, qual um lótus de inúmeras pétalas.”(Khalil Gibran)

A verdadeira filosofia esotérica nos faz perceber que verdades apresentam a mesma origem, porem as tradições e culturas acabam as diferenciando, mas citando um exemplo aqui, o Kama Loka que é uma localidade de Kama Rupa (4º principio da constituição seténaria na teosofia) é o mesmo que para os egípcios era chamado de Duat, para os gregos de Hades, para os cristãos purgatório, espiritas chamam de umbral, a verdade esta contida em tudo, resta-nos buscar a essência e aparar as arestas, não nos atermos simplesmente a religião, que em muitos casos foi destorcida de sua idéia original. Alguns sacerdotes realmente estão ali para exercitar sua fé, os sacramentos, alguns realmente chegaram ali através do conhecimento original, sabem verdadeiramente a origem dos símbolos, dos rituais, iniciaram verdadeiramente nos mistérios, mas mesmo esses talvez não conseguirão transmitir a verdade para quem não estiver apto a receber, a religião serve para reforçar a idéia, mas daí vem a pergunta, “que ideia?”, aí é que esta o X da questão, busquem a essência.

A vida e morte de Jesus deve ser vista como uma alegoria, uma parábola, deve ser interpretada interiormente, assim como os mitos egípcios, gregos, etc... para isso são necessárias algumas chaves para compreensão dos ensinamentos dos grandes mestres. Essas chaves esclarecem oque está verdadeiramente contido nas alegorias, nas parábolas. O nascimento, o batismo, a transfiguração, a morte, a ressurreição e a ascensão ao céu, que nada mais são do que processos de iniciações dá alma, a morte para o mundo terreno vivifica o espírito.
Quando o discípulo esta pronto o mestre aparece, e só nesse momento o mestre instrui o neófito, pois o conhecimento e a sabedoria devem ser merecidos, e entregues somente a quem realmente estiver pronto e de coração puro, caso contrário seria uma grande tragédia, em mãos profanas, a própria legislação de Atenas, onde existiam escolas de mistérios, punia as pessoas que falavam oque acontecia nos rituais de iniciações, na melhor das intenções, que era fazer com que o conhecimento das leis divinas não caíssem em mãos trevosas, que usariam tal conhecimento de forma egoísta em oposição ao plano de Divino. Aqueles que compreendiam o verdadeiro significado dos mitos, firmavam um pacto de silencio; o iniciado deve percorrer um longo caminho de provações, iniciações nos mistérios.

A iniciação nos Mistérios foi definida pelos antigos filósofos como a suprema aventura da vida e o maior bem que pode ser conferido à alma humana durante sua passagem pela terra. Platão, em Fedro, escreve sobre a suprema importância da aceitação nos Ritos sagrados: "Assim, em conseqüência desta iniciação divina, tornamo-nos espectadores de visões íntegras, simples, inabaláveis e bem­aventuradas numa luz pura, nós mesmos éramos puros, sem mácula e livres desta veste que nos envolve e que chamamos corpo, ao qual estamos agarrados como uma ostra à sua concha."

São Paulo também se refere à "experiência interior" pela qual chegamos a SABER. Ele diz: "Falamos da sabedoria entre os perfeitos, não da sabedoria deste mundo nem dos Arcontes (Governantes) deste mundo, mas da sabedoria divina num mistério, num segredo, que nenhum dos Arcontes deste mundo conhece." Uma iniciação é uma ampliação da consciência para apreciar realidades universais. Os cerimoniais místicos dos pagãos e dos primitivos cristãos nada mais eram que símbolos externos de processos internos. Por meio de obscuros ritos e cerimônias alegóricas, os preciosos arcanos (mistérios) da perfeição eram transmitidos de uma era para outra. Os profanos ficavam satisfeitos com a solenidade das formas e rituais externos, mas os Iniciados, aqueles que haviam recebido as chaves, aplicavam a sabedoria que estava trancada dentro das alegorias para aperfeiçoar suas faculdades espirituais internas.

Orígenes, o mais místico dos padres anti-Nicéia, no seu prefácio a São João, admite a natureza dupla de todas as revelações teológicas: "Para os de mentalidade literal (ou exotéricos) ensinamos o Evangelho da maneira histórica, a pregação de Jesus Cristo e Sua crucificação, mas para os entendidos, inflamados pelo amor à Sabedoria Divina (os esotéricos), comunicamos o Logos (a Palavra).

A perfeição não é dada: ela é conquistada. Os homens não se tornam sábios apenas assistindo a dramas sagrados... e sim, entendendo-os. O simbolismo é a linguagem das verdades divinas, uma escrita por meio da qual podem ser insinuadas coisas que, na realidade, não podem ser reveladas. "Pois os símbolos místicos são bem conhecidos para nós que pertencemos à Irmandade." (Plutarco).

Pela iniciação é estabelecida a regra das obras. O homem divino e o divino no homem são trazidos à perfeição somente pelas obras. Os iniciados das antigas escolas eram "sábios Mestres Construtores" com visão para ver, coragem para fazer e sabedoria para manter silêncio. "O segredo e o silêncio são observados em todos os Mistérios", escreveu Tertuliano, criador da latinidade eclesiástica.

Carl Jung: “Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão.”

Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses. – Sócrates

Mateus 13
“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”
“Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;”
“Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem.”
“Porque o coração deste povo está endurecido, e ouvirão de mal grado com seus ouvidos”.

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